"Um corpo sem alma é como um disco de vinil que não toca ..."

"O jornalista fere no peito o escritor. O escritor repele o jornalista, por esmagá-lo, por obrigá-lo a renascer quase sempre de um mesmo patamar. Feliz daquele que, nesse embate, consegue servir, e bem, aos seus dois senhores..."

Política. Música. Música. Vida. Rock. Cinema. Cultura.

terça-feira, 7 de março de 2006

Brincar

Ontem eu brincava de polícia e ladrão nas ruas de Sampa.
Ser polícia nem pensar. Mas não sou um cidadão da Cidade de Deus.
Se fosse bem que poderia ser o Buscapé do filme ou o Bené do livro.

Ontem meu vô brincava de pião.
Meu pai de esconde-esconde. E eu também.
Havia também mãe da rua, enfim.
Eu chegava da escola e ainda ia brincar. O tempo parecia que passava devagar.

Hoje meu irmão brinca de GTA e zera todos os jogos que possui.
Mas eu também era bom em games. E ainda sou.

Mas ele e outras crianças que conheço brincam em Lan House.
Brincam em frente o computador. Não brincam.
Brincam também de bola. Isso ainda fazem.
Mas não conheceram a rua. E as brincadeiras dela.
A violência tem parte da culpa. A outra parte pode ser dos pais.

Amanhã vou chamar o Lucas, meu irmão, pra brincar de "elefante colorido" (que cor?)
Mas vai ser difícil explicar como se brinca.

2 comentários:

Rod Brandão disse...

Como você mesos diz meu caro amigo, MARAVILHA.

Esta crônica, segue um dos pensamentos, pelos quais não ganhou a real importância sobre suas ilações. Arrisco-me sempre sobre estes juízos, mencionados no texto acima.

Pelos quais, são tratados com total aversão, por partes do pensamento modernista, que transforme nossa cultura num verdadeiro queijo suíço.

Não busco, neste, mostrar idéias, sobre como deveríamos fazer para mudar este perfil, do jovem barsileiro, que a acada dia, se torna um ser tão superficil, e/ou cibernético...

Gabriel, super-super show de bola esa idéia...

_Maga disse...

É as crianças não tem aprendido muito a brincar... a dar asas a imaginação e apreciar as coisas gratuitas da vida.

Ainda bem que você não esqueceu como se brinca e continua a brincar com palavras pra nos dar perolas como essas...

Um abraço