"Um corpo sem alma é como um disco de vinil que não toca ..."

"O jornalista fere no peito o escritor. O escritor repele o jornalista, por esmagá-lo, por obrigá-lo a renascer quase sempre de um mesmo patamar. Feliz daquele que, nesse embate, consegue servir, e bem, aos seus dois senhores..."

Política. Música. Música. Vida. Rock. Cinema. Cultura.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O dia "D"

Olhares em Brasília, mas ninguém poderá ver

Cuidado, esse texto é secreto. Após longos quatro meses de tramitação, finalmente a Casa discutirá o futuro do senador Renan Calheiros, mas o voto será secreto.
Certamente o chefe do Senado brasileiro será mantido. Ilusão crer que os demais senadores (81) ou o suficiente para derrubá-lo (a metade mais um) vão cassar o seu mandato. Renan é acusado de pagar contas particulares (da ex-esposa, Mônica Veloso) com verba da empreiteira Mendes Júnior. Por isso será julgado, pela quebra de decoro parlamentar. Quem foi o autor do pedido de degola a Renan foi o PSOL, que atualmente é presidido por Heloísa Helena.


Opinião

O senador-réu conseguiu habilmente desviar o foco principal da acusação, a quebra de decoro. A questão que afastou a discussão - se notas fiscais e cheques usados por Renan eram falsos ou não, discutida e focada amplamente pelas mídias - não era essa, mas passou a ser. Mérito do chefe da Casa.
No julgamento de hoje, funcionará a lógica corporativista do “amanhã pode ser eu o acusado”. Assim, Renan encomendará pizzas para o jantar. Certeza.

Memória curta

Em 1991, Renan Calheiros era deputado federal pelo PMDB de Alagoas. À época do impeachment de Collor, segundo a jornalista Lúcia Hipólito, Renan teria dito: “eu não preciso de provas para provar que F. Collor é corrupto!”. Hoje, parece, como acontece com a maioria dos políticos que chegam ao topo do poder, que o discurso mudou. O senador diz que ele não pode ser cassado porque “não há provas contra mim!”. Como se nota ao longo do curso da história (política) brasileira nem sempre provas são necessárias. O próprio Collor foi absolvido pelo STF por falta de provas.

Mas garçom, por favor, mande trocar esta música brega e me traga uma gelada, que esse papo tá complicado.


Por trás do vidro: quem verá de perto a sessão

Trecho retirado da entrevista de Tião Viana, que dirigirá a sessão. Do blog do Josias:

"Abro a sessão explicando que se destina ao julgamento (...) à eventual perda de mandato do senador Renan Calheiros. Digo que a sessão e a votação são secretas. E peço o esvaziamento do plenário. Só ficam os 81 senadores e três auxiliares: a secretária-geral da mesa [Cláudia Lyra]; o secretário adjunto [José Roberto] e um funcionário que cuida do painel eletrônico. Esse último ficará numa espécie de ilha [isolada do plenário por uma parede de vidro]. Ele vai observar a sessão, mas não ouvirá o som do plenário”


*Sem dúvidas, um fato para lembrarmos e relembrarmos futuramente.

6 comentários:

Renata Mendonça disse...

Perfeita a postagem!
eu diria q vc tem a "pegada" jornalística também!hahaha
mas continua pelego!hahaha

e esperar punição pro Renan é utopia..não sei mais onde vamos parar né?!

Beijoo querido

Alberto disse...

Na Caros Amigos de agosto tem uma matéria especial sobre o Renan bem legal

GABRIEL RUIZ disse...

Obrigado! Mas devo dizer que Pelego é o caralho, Florps.

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Eu aceito a revista emprestado
Suzano.

Samantha Abreu disse...

teu texto tá bom demais...
mas sabe o que a política me causa, hoje em dia?
Um supoer vontade de dizer: HAHAHAHAHAHAHAHAHAAAAA

E olha, queria dizer que as "Mulheres sob Descontrole" têm, agora, um divã novinho em folha!

http://mulheressobdescontrole.wordpress.com/

Aparece por lá!
Beijos!

Anônimo disse...

O senhor observou bem: é uma coisa para não se esquecer. E, na minha opinião, temos de buscar sempre a sensação de que eles estão lá trabalhando para nós (e não a sensação de meros espectadores). Brasília nos convida à política, e não precisamos fazer muito. Certo?

Morganna disse...

lamentavel. né?
mas não fala a ninguém não. é secreto. ;~