"Um corpo sem alma é como um disco de vinil que não toca ..."

"O jornalista fere no peito o escritor. O escritor repele o jornalista, por esmagá-lo, por obrigá-lo a renascer quase sempre de um mesmo patamar. Feliz daquele que, nesse embate, consegue servir, e bem, aos seus dois senhores..."

Política. Música. Música. Vida. Rock. Cinema. Cultura.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

A "coisa" simplesmente é!

Saí correndo e apertei o “B”. Escapei do grande crocodilo verde prestes a me devorar. Fui parar numa festa de república quando ouvi da Batatinha, a Paulinha do 2 ano de arquitetura dizer sobre sues projetos arquitetônicos que envolviam árvores. Dei-lhe um puta abraço sincero, afinal descobri ali que os jovens ainda pensam em árvores. Na verdade estamos em busca das mesmas coisas, mas não sabemos disso.


Na semana de arte e cultura que rolou na Unesp (bauru é foda) deparei-me com uma obra genial, afinal genial é também o seu autor e amigo, Renato Malandro.

Era uma grande caixa preta de madeira que ia do chão até a altura de uma janela na parede mais ou menos. Havia uma porta para entrar e, ao lado, camisinhas e as instruções de como “usar”: “tire o tênis”, “entre em dupla”, “pegue uma camisinha e fique a vontade” etc.

Aí vc entra no esquema, dá de cara com uma luz vermelha, papéis celofane da mesma cor, milhos no chão e, entre outros, coisas escritas:

“não pise no milho” – mas vc já estava pinsando
“não pense” – como?
“não converse” – como?
“não saia normal” – como?
“não sente na cadeira” – isso era um truque só pra vc olhar pra baixo e ver ao lado da cadeira uma lata de spray com os dizeres “não use”.

Vc simplesmente não tinha saída. A única alternativa era olhar para o chão e pegar a lata de spray, mas havia a frase “não use”.

Aí vcs se perguntam: mas pra que isso? A “coisa” não tem função, ela simplesmente é. Não tem que ficar buscando significado. Ela é. Fiquei pirando horas após entrar na caixa. Era extremamente perturbador. E quando esse cara, o Renato Malandro, que entre outras coisas, realizou a semana de arte e cultura no braço, for embora, vou-me embora pra Pasárgada, pois lá tenho os amigos que quero no tempo que escolherei.

3 comentários:

Júlia Dantas disse...

meu, ótima lembrança a sua, da frase da semana!!

"quem tiver de sapato não sobra!! não pode sobrar, não pode!!!"

a semana de arte foi linda mesmo... a unesp esteve maravilhosa... podia ser sempre assim!!

orguio di sê unespiana!

Rodrigo van Kampen disse...

"Dei-lhe um puta abraço sincero, afinal descobri ali que os jovens ainda pensam em árvores." ... Você estava bêbado... certeza!

Fiquei meio por fora dessa semana... Nem vi a tal caixa, mas pela idéia deve ter sido bem massa... Curti os banheiros da unesp.
Fui!

Anônimo disse...

Uau... esse final, eu já ouvi em algum lugar...rsrs
E o Rodrigo ainda tem dúvidas de q vc estava bêbado! hauhauha
Bem, como sempre muito bom. Espero estar na lista de convidados pra festinha lá em Pasárgada!
Bjão