"Um corpo sem alma é como um disco de vinil que não toca ..."

"O jornalista fere no peito o escritor. O escritor repele o jornalista, por esmagá-lo, por obrigá-lo a renascer quase sempre de um mesmo patamar. Feliz daquele que, nesse embate, consegue servir, e bem, aos seus dois senhores..."

Política. Música. Música. Vida. Rock. Cinema. Cultura.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Eu já aderi à campanha, inspirada no filme de G. Rocha (e criada por F. Gabeira), vc também pode copiando e colocando o selo por aí...

Não nos deixai cair no esquecimento
A bola da vez agora é falar do Renan. Outrora era o gás boliviano, o fechamento da TV venezuelana, ou caos aéreo E vem aí o mensalinho (o mensalão mineiro). Que bom. Mas “tudo passa, tudo sempre passará”. Mas, não nos deixai cair no esquecimento e livrai-nos do mal: a corrupção.
Semana que vem tem mais julgamento, dessa vez do Conselho de ética. Mas até lá, temos o que “comemorar”. Vamos celebrar a missa de sétimo dia da morte do Senado que, há uma semana atrás, livrou Renan.

Brasil: um país de grandes líderes
Nos editoriais dos jornais do dia seguinte ao julgamento (12-09), como o Zero Hora ou a Folha, por exemplo, era unânime a opinião de que a política nacional anda podre, de que foi um vexame do Senado, um fato da história política a ser superado.

Na verdade anda putrefada há tempos, desde que aqui instalou-se a “nova” Constituição. Já começou tudo errado. Quem herdou o cargo alto do país foi nada menos que o chefe dos militares no Congresso: José Sarney.
Passamos pela roubalheira do Collor, a política neo-liberal de FHC aplicada de maneira mais que equivocada e finalmente Lula. O governo do PT seria o barco da salvação de como governar sob a ética “mãos limpas” que sempre ilustrou, mas, bem... passou longe de ser.


O julgamento
41 senadores disseram à Folha que votariam pela cassação de Renan. Vários deles não mantiveram a palavra ou, se abstiveram (ao meu ver beneficiando assim Renan) alegando falta de esclarecimento, como fez o Aloísio Mercadante (até tu, Brutus?) .

Lembro que quando era criança meu avô Tuim gostava de me ensinar muitas coisas. Uma delas - repetia sempre - era que “homem tem que ter palavra”. Entretanto, alguns senadores não foram homens o suficiente para fazê-lo. Como coloquei anteriormente aqui mesmo neste blogue, no Senado impera a lógica do “rabo preso”, do corporativismo, do “amanhã posso ser eu o réu”. A jornalista Izabelle Torres do Correio Braziliense nos auxilia:

Dados do Supremo Tribunal Federal (STF) ajudam a explicar parte do corporativismo. Há, na corte, 17 inquéritos abertos contra 14 dos senadores — incluindo o próprio Renan — acusados de crimes que vão desde sonegação fiscal à corrupção ativa. Alguns desses processos já estão em fase de conclusão e, segundo os relatores, até o final do ano deve haver pelo menos dois julgamentos, ambos com possibilidade de condenação.

O problema maior é a posição do Senado frente a Renan: conivente, medroso. E Renan frente o Congresso: intimidador, abusa do poder.


As duas casas
O jornalista Hélio Schwartsman, dissecou de que maneira nossos parlamentares fazem política (ouça o comentário aqui). Segundo ele há duas Casas congressistas no Brasil. Uma que faz votações abertas e leva em consideração posições sólidas da opinião pública; e a principal: a casa, o congresso fantasma, “que decide de acordo com seus próprios interesses, nem sempre confessários. É nesse congresso fantasma que operam Renan, os mensaleiros, severinos...”.

Por que a corrupção é tão ruim pro país?
Isso é extremamente ruim porque não deixa o país caminhar. As áreas que realmente necessitam de obras, incentivos, investimentos vão ficando para trás. Na frente entram emendas (licitação para a viabilização de construções, investimentos etc) – a moeda de troca do Planalto – que só são aprovadas em troca de “facilitações”. Tipo assim, “eu libero essa emenda pra sua cidade, contanto que você vote a favor da CPMF na semana que vem”. Aí, aquela escolinha que precisa urgente de livros e equipamentos ou o laboratório de Biologia que precisa ser reformado, porque está contaminando o solo, vira segundo, terceiro plano. E assim continuamos nessa lógica política egoísta, interesseira. Oh, e agora, quem poderá me defender?

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* Post dedicado à bela Babi, que me motivou a escrever este texto. Obrigado Babi, de verdade.

3 comentários:

Anônimo disse...

Meu querido, n�o precisa me agradecer por nada. Voc� sabe que eu adoro esse seu projeto aqui. Cada uma faz o que pode para propagar e alertar contra a corrup�o e etc...
Fiquei chocada ao receber a not�cia do que tinha ocorrido. Quando Assisti uma entrevista com o Mercadante minhas palavras foram EXATAMENTE as mesmas. E fiquei surpresa ao ouvir meu ex-professor, o Toffano dizer que acredita que Renan ir� renunciar...tsc...tsc ser� que ele acredita mesmo? Acho pouco prov�vel que isso aconte�a, afinal ele foi "absolvido", que "medo" ainda teria? Nunca teve!!!!
Um grande beijo e eu � que agrade�o

Anônimo disse...

Ai ai... tenho nem que falar, eu fiquei decepcionada (mais ainda) com tudo que aconteceu... e cada vez mais acho que pra resolver o problema do país tem é q tacar uma bomba e começar tudo de novo... tá louco.

Ahh, eu lembro que vc me propôs fazer um blog sobre o Pan, mas eles foram espertinhos, fizeram a gente assinar contrato e lá tinha uma item "não fazer blogs, fotologs, etc divulgando o que acontece durante o trabalho, jogos etc"
aí não deu!
=\

=*

Anônimo disse...

Caramba Luísa que chato isso nem sabia. Relamente mto espertos.