Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada...
Bom...
Fitou Alice; ela apenas observava. Desconfiou que o maluco um tanto quanto mendigo fosse mesmo o músico Gaetaninho do Teclado. E então, o que achou? Interessante. Com teclado seria melhor, João disse, dando passos à frente, querendo finalizar o papo.
Instantes de silêncio. Romperam. Você não curte nada? Nada. Nada? Nada. Impossível. Nem cigarro? Nem. Só álcool. Só? Só. Nem remédio? Nem.
O maluco um tanto quanto mendigo desconfiou: com essa cara? Duvido. Nem ...? Nada, já disse. E você?, perguntou erguendo a cabeça, virando-se para Alice. O que? Também não curte nada? Curto. O que? Tudo. Como assim tudo? Tudo. Não é possível. Pois é. Tudo. À que você se refere? Tudo. Abismou. Quietou. Ouviu o vento.
Nós vamos indo sabe, queremos ficar juntos, escorando a cabecinha no ombro e chora. Ah tá, entendi, já passou da minha hora. Foi um prazer. Seria uma honra vê-los apreciar Gaetaninho dos Teclados. Por estas bandas? Por aquelas; apontou com o dedo. Farei o possível. Meneou a cabeça e finalizou, muito agradecido, bom descanso pra vocês. Igualmente. Desceram a rua de paralelepípedos; escorreu o braço até a cintura dela. O aspecto maluco um tanto quanto mendigo dobrou a esquina, preparou-se para atravessar a via. Não deu. Antes de pisar a faixa de pedestres um terráqueo acelerava o novo lançamento da moto que você compra em 187 parcelinhas. Deu um rasante. Aterrissou o maluco um tanto quanto mendigo na capa do noticiário do dia seguinte ao sábado.
Dedicado ao grande amigo e contador de estórias Renato Malandro.
4 comentários:
Noovo Layout!
yes!
e um conto assim tão cotidianamente doce.
Adorei!
Aha!! Novo Layout!!! Adoooreeeeeei!
e eu tbm adorei o conto!
\o/ =***
Obrigado!
A saber. O layout está em fase de testes estéticos. Tem o apoio de: Avon.
Gosto do seu layout novo também! ^^ E gosto muito das suas histórias... =)
Quanto à minha, ela é só licença poética, sem bases na vida real. Mas a cena é legal, não? Bizarra e interessante. *rs* Pelo menos eu achei quando ela brotou na minha cabeça. ;D
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